quinta-feira, 29 de abril de 2010

† Proclamação da Republica †



As transformações econômicas e sociais a partir de 1850

- A expansão cafeeira e os seus efeitos

Durante o período monárquico a nossa principal atividade econômica era a agricultura. Nossa produção era voltada para a exportação, basicamente uma produção monocultura, latifundiária e com o uso de mão-de-obra escrava, eis as características da nossa atividade econômica.
Depois da Independência a situação econômica entrou em crise, os principais produtos encontravam concorrência de outros produtos com melhores condições que os nossos.
Com o crescimento de um produto, café, a economia se vê salva, especialmente com o consumo cada vez maior do mercado internacional, principalmente os EUA, as condições favoráveis de plantio nas proximidades do Rio de Janeiro, que tinha por perto um porto de exportação, que facilitaria a exportação do café e a utilização de mão-de-obra.
Porem isso gera um “surto do café” no Vale do Rio Paraíba, gerando uma nova classe social os barões do café, uma aristocracia rural que tinha sua riqueza retirada do café. Porém em 1870, a região do Vale do Paraíba começa a apresentar sinais de decadência devido ao empobrecimento do solo.
Sendo o Oeste paulista a área que substituirá o Vale do Paraíba, com o seu solo perfeito para o cultivo do café.
De acordo com Jose Enio Casalecchi, a cultura do café não só salvou nossa economia, como também provocou varias mudanças no desenvolvimento social do período monárquico.
Alguns dos efeitos da expansão da “onda verde” foram:
1. Implantação e desenvolvimento do sistema ferroviário;
2. Incentivo das atividades industriais de maquinas para benefício do café e de sacaria, ao mesmo tempo em que incentiva a indústria têxtil para vestir seus trabalhadores;
3. Auxilia o crescimento e aparecimento de cidades;
4. Para resolver o problema de produção, é utilizados escravos e posteriormente os “assalariados”;

O “Surto Industrial” e a Urbanização

A partir de 1850 funda-se varias empresas, bancos e etc., e em 1860 surge um período de desenvolvimento chamado de “era de Mauá” onde se destaca as ações desse empresário que se dedica a varias atividades.
Vai acontecendo algumas modernizações com aparecimento de técnicas de transporte, de comunicação e etc., se tem um maior numero de papel-moeda, aumento de atividades comerciais e o credito passa a ser utilizado como uma entidade presente na sociedade.
Com o acumulo crescente de capital na atividade cafeeira, os cafeicultores do Oeste de São Paulo passa a substituir o trabalho escravo pelo livre. Liberando assim novos capitais, antes usados na compra de escravos, incentivando outras atividades econômicas.
O desenvolvimento econômico é acompanhado de um crescimento dos centros urbanos, há certo crescimento de algumas cidades, próximas aos centros produtores de café.
Com a ferrovia facilita as comunicações e os transportes, levando os grandes proprietários de café a morarem nas cidades, estes mesmo acabam por modernizar as praças, teatros, hotéis e etc.
Nesses centros torna-se possível nossas convivências sociais como associações artísticas, musicais, profissionais, e etc. Algumas idéias surgem nesse meio, como as abolicionistas, republicanas, reformas eleitorais, e passam a ter adeptos e defensores. Os comícios urbanos onde se pregam essas novas idéias aparecem com freqüência cada vez mais, as praças tornam-se os locares dessas reuniões, abandonando os lugares fechados como associações, a vida cultural e política se dinamizam, o analfabetismo regride com o crescente numero de escolas.
Bem antes de 1822, os britânicos tinham uma presença ativa na vida brasileira, em especifico no processo de independência, é com a sua pressão para o fim do trafico negreiro, constantes empréstimos. Ate 1852, o Brasil tinha feito 4 grandes empréstimos dos banqueiros ingleses, esse capital foi investido em ferrovias, no crescimento industrial, no aparelhamento de portos marítimos e etc.
Alem disso a Inglaterra era uma nação manufatureira, decorrente a Revolução Industrial, e por isso uma grande exportadora, seus produtos conquistam, portanto nosso mercado consumidor.
A Grã-Bretanha fornece ao Brasil navios a vapor e à vela, fornece iluminação a gás das cidades, constrói ferrovias e etc. De fato da Inglaterra recebíamos quase tudo, desde tecido de algodão, até caixão de defunto.
Portanto esse surto de progresso foi um privilégio de alguns segmentos da população das classes mais abastadas e alguns setores das camadas médias urbanas, já para as camadas populares, para os escravos, isso significou mais trabalho que progresso.

Os Grupos Tradicionais de apoio à Monarquia e os novos grupos de oposição

Este surto de progresso realiza-se sob a tutela da Monarquia, um regime centralizador, graças a ele passa a haver novos componentes na sociedade do Império, em deles são os proprietários de terra, fazendeiros de café do Oeste de São Paulo.
Enquanto o café no vale do Paraíba, tinha terras férteis e mão-de-obra escrava disponível havia prosperidade. Com o fim do trafico de escravos, em 1850, deu origem a um dos problemas mais sério para economia cafeeira- a falta de mão de obra.
O café, por alguns motivos, não ficou restrito apenas ao Vale do Paraíba, espalhando-se também pelo Oeste de São Paul, e resolvendo também a falta da mão-de-obra. Logo no começo pagava-se caro no preço dos escravos, estes que não eram mais os vindos da África e sim de outras províncias, porem somente estes escravos não era o suficiente para suprir as necessidades da mão-de-obra. Então os fazendeiros do Oeste Paulista substituem aos poucos o escravo pelo trabalhador livre, procurando métodos de aperfeiçoamento para a produção.
Os novos fazendeiros passam a morar nas grandes cidades, como São Paulo, agindo como progressistas, e homens de negocio, fazendo investimentos em bancos e companhias ferroviárias, estão ligados a atividades industriais, lutam para a vinda de imigrantes e se tornam abolicionistas. Eles criticam as instituições monárquicas, de serem muito centralizadas, sendo assim atrapalhando o desenvolvimento destas novas regiões, essas criticas será um dos pólos de luta do partido republicano, pedindo a federação maior autonomia das províncias para resolverem melhor os problemas regionais.
E o fato de a região, apesar de ser economicamente importante para o país, ter uma pequena importância política na monarquia apenas aumentava os descontentamentos destes fazendeiros, a região era importante para a economia mais não para a política. Esses fazendeiros pretendiam ganhar cargos políticos, terem participação na política e colocar em pratica suas idéias, eles são abolicionistas e querem a separação do estado e a igreja, pois a igreja era contra a imigração e o estado era católico o que atrapalha esse processo.
O exército era formado, em sua grande maioria, pela camada mais pobre da cidade, tendo na carreira militar possibilidade de crescer, sendo estes alvos de ataques da monarquia, posteriormente o exército desenvolverá um importante papel na queda do Império.
A monarquia unida aos grupos conservadores tinha dificuldade em acompanhar as novas exigências das áreas mais dinâmicas, que exigiam a descentralização do poder, federalismo. Uma vez que o federalismo foi associado ao republicanismo, ele passa a ser uma seria ameaça a monarquia. O Império, agradando o regime conservador, não atendia as exigências republicanas gerando descontentamento.


A Organização das Oposições

Em 1870 surge o jornal A República, que trazia manifestos republicanos, com este jornal os republicanos pretendiam, por meio de seus manifestos, esclarecerem para a sociedade os defeitos do regime monárquico e as virtudes da republica.
Para os republicanos a monarquia era um regime de privilegio para alguns, por isso que a monarquia levava o país a uma decadência moral, desestruturação administrativa e econômica. E de acordo com eles uma das fontes de todos esses males é o “poder onipotente” do Imperador.
Como a monárquico poder era passado hereditariamente, o que impedia a participação popular, e com essa concentração na mão de algumas pessoas isso ia contra os interesses do povo.
Diante disso os republicanos atacam a monarquia hereditária, o senado, o sistema eleitoral, a centralização do poder, o excesso de poder nas mãos de Dom Pedro II, e propõe um novo tipo de governo, a República Federativa. Apesar da organização dos republicanos ser um fato novo, as idéias que eles trazem não eram novas, pois elas viam desde antes da independência.
Os dois partidos tradicionais da monarquia eram o Conservador e o Liberal. Os conservadores eram os defensores da monarquia e da centralização do poder, já os liberais queriam reformas, como por exemplo: extinção do poder moderador, do senado, descentralização do poder e o fim do conselho de Estado. Percebe-se que os ideais defendidos pelos liberais estavam próximos dos republicanos.

O golpe de 1868

A partir de 1868 o esplendor da lugar a um período de crises nas instituições monárquicas, neste mesmo ano, em 16 de julho, os liberais, que tinham o poder com o seu ministro chefiado por Zacarias Vasconcelos, são trocados pelos conservadores, que tinham em seu comando Itaboraí.
Zacarias tinha um problema difícil nas mãos à guerra do Paraguai, assumira o poder em 1866, quando se tinha dois anos de guerra. Porem neste mesmo ano Caxias, um conservado, é indicado para comandar os militares no Paraguai, o que gera descontentamento entre as tropas o que gera a demissão do ministro de guerra Silva Ferraz. Caxias é acompanhado, durante a guerra do Paraguai, pela imprensa, com suras criticas contra a sua ação no Paraguai, ele é freqüentemente acusado de não saber conduzir as operações, por isso em fevereiro de 1868 Caxias pede afastamento do cargo, alegando doença, porém ele confessa seu descontentamento com o ministério, pois não faziam nada em defesa dela as criticas da imprensa.

A expansão das idéias republicanas

O manifesto republicano teve pouca repercussão, por isso o reduzido numero de adeptos. São Paulo é a província que mais dinamiza a expansão do novo partido, graças ao desenvolvimento da lavoura cafeeira.
Os republicanos paulistas se candidatavam aos cargos eletivos da monarquia, tentando participar do governo e assim propagar as suas idéias. Dom Pedro II declara não se preocupar com o republicanismo, tendo algum cuidado com São Paulo onde o movimento republicano era mais intenso, pois estavam à frente desse movimento grandes proprietários do oeste, homens de prestígio e de posse.
São Paulo tinha 48 clubes republicanos, atingindo, após a escravidão, mais de 300, quando descontentes com essa medida monárquica, muitos adeptos do regime monárquico passa para o republicano.
Porem Dom Pedro II parecia não se preocupar muito, pois achava possível convencer os republicanos com oferta de bons cargos, essa era a atitude tomada pela monarquia para anular os opositores e agradar os adeptos.

A questão da abolição da escravatura

Sem nenhuma duvida a questão da escravidão foi um dos principais problemas que a monarquia teve que resolver durante os séculos XIX. Pois com a expansão da economia cafeeira havia uma crescente necessidade de mão-de-obra escrava. A campanha para o fim do trafico negreiro da África para o Brasil criava problemas para o abastecimento de escravos. Com a Lei Eusébio de Queirós, extingui o trafico negreiro, a solução momentânea usada foi o trafico interprovincial, ou seja, o trafico de escravos entre as províncias.
No entanto não é simples eliminar-se a escravidão, pois desde o descobrimento do Brasil era essa a relação de trabalho quase que absoluta aqui no Brasil, nada se fazia sem o negro. Em 1850 era muito os interessados que queriam a continuidade da escravidão, porem o que difere é que a sociedade exigia o fim da escravidão, que ganha mais importância com a guerra do Paraguai.
Por fim a campanha chega ao fim em 1888, com a Lei Áurea, que liberta os negros do cativeiro, essas Lei foi feita pelo trono, sem que os senhores desses escravos fossem indenizados, por isso gera um descontentamento muito grande entre os escravocratas, que acusam a monarquia como a causadora dos males feitos por essa Lei, como de fato muito fazendeiros arruinaram após a abolição.
Esse grupo atingido e descontente com a monarquia, a quem culpavam pela abolição, passam para a oposição, se tornando os “republicanos de 14 de maio”, data após a abolição. Esses senhores de escravo agora descontentes haviam sido um dos sustentáculos da monarquia até então.
Os abolicionistas quase sempre são republicanos, por isso os escravocratas deixam de apoiar a monarquia, que também não terá o apoio dos republicanos. Se junta agora os abolicionistas que fazem campanha desde 1860 aos republicanos de 14 de maio, contra a monarquia, essa composição foi muito importante para enfraquecer a monarquia, que não tinha só estes problemas, havia também outras questões como a questão religiosa e a questão militar.

A questão Religiosa

Pela constituição de 1824 a religião católica é a oficial do Estado. Por ela era possível a interferência governamental nos assuntos religiosos. O estado tinhas os direitos do padroado e do beneplácito, o primeiro dava ao Estado o poder de criar e prover cargos eclesiásticos, o segundo estabelecia que as bulas e atos da santa fé só seriam cumpridos com a aprovação do governo. Por isso as relações com da Igreja com o Estado os atritos eram constantes.
A questão religiosa tem sua origem quando um padre católico fez, em uma loja maçônica, saudação ao Visconde do Rio Branco, também maçom. A maçonaria se antagonizara com a igreja, professando o anticatolicismo, sendo denunciada pelas bulas papais. No Brasil não defendendo as mesmas idéias, havia uma aceitação maior dos maçons nos cultos católicos, e ate mesmo na presença de padres maçons entre as irmandades. Mais depois de algumas ações maçons a igreja condena e expulsa os maçons, porem Dom Pedro II interfere e ameniza as penas e posterior as perdoa.
Os católicos não poderiam tomar oposição contra o Imperador e a monarquia pelos seguintes motivos: 1) a restrita opinião publica dos centros urbanos estava dividida em apoio aos bispos e ao governo; 2) a própria igreja também se dividira; 3) os republicano também divergiam entre si. De qualquer maneira a questão religiosa não poderia contribuir de maneira preponderante para a queda da monarquia.

A questão Militar

A monarquia contava com um grupo dirigente sabidamente restrito, uma aristocracia privilegiada unida por interesses de classe, selecionando as vias de ascensão social. Em segundo plano, vem as profissões militares. Os oficiais das classes militares eram de família de posse, por esse via alcançavam uma ativa participação na vida política. Isto acontecia com mais freqüência na marinha ao invés do exército. Esse que ainda tinha como “rivalidade” a guarda nacional.
O exército é procurado cada vez mais por aqueles que não podiam contar com os atributos seletivos da aristocracia, que era possuir riqueza, ter um bom padrinho, ou dotes intelectuais, isto tirava cada vez mais o prestigio do exército. Este não tendo destaque, será alvo de desleixo administrativo, ficando longos meses em situação precária e com recursos mínimos para o exercício da atividade.
Com a guerra do Paraguai, exige das forças militares, certo esforço na organização, um aumento no efetivo o que faz profundas repercussões no exército. Abre-se vagas para soldados das camadas inferiores, negros e pobres, e mais do que isso, os longos anos de esforço do exercito na guerra, acaba por dar prestigio ao exercito, se tornando uma força que pretende esta presente no cenário de decisões políticas.
Não era estranho à época o desejo da ação militar para a purificação dos costumes políticos, e essa postura não deixou de ser aproveitada pelos opositores ao governo monárquico. Eles então escrevem em seus manifestos depoimentos de apoio e elogio ao exército, e estes depoimentos acabam achando guarida entre os militares já possuídos pelo “orgulho de classe”.
Pertencendo a uma corporação de prestigio, o ataque a um de seus componentes era imediatamente sentido como ofensa pessoal à “classe dos militares”. O incidente que inicia a questão militar é de 1884 e esta ligado a outra séria questão, a abolição.
O jangadeiro Francisco do Nascimento se recusa no Ceará, a atravessar negros escravos para outras províncias antes da abolição, ele foi trazido à corte, pelos abolicionistas, que queriam explorar este acontecimento. Ele foi acolhido pela escola de tiro, cujo comando cabia ao Tenente-Coronel Antônio Sena Madureira, vindo da campanha do Paraguai.
Por ter abrigado essa manifestação, Sena Madureira é demitido do comando, gerando ressentimento entre os militares. Um segundo incidente foi em 1885, o Coronel Cunha Matos aponta irregularidades em campanha de infantaria do Piauí, punindo o capitão José da Lima, criticado pelo deputado Simplício Coelho Rezende, respondeu ao seu desafeto em consecutivos artigos pela imprensa, acusa também o Ministro da Guerra de errar no encaminhamento da questão.
Um terceiro incidente, novamente com Sena Madureira, agora comandante da escola de tiros de Rio Pardo, acirra os choques entre militares e governo. Publicou este oficial, em um jornal republicano A Federação, um artigo em que discutia assuntos militares, em resposta a acusações feitas a ele pelo senador Franco de Sá. Repreendido por isso, ele se revolta, e procurando “provar a injustiça da punição”, obtêm o apoio do Comandante das Armas Deodoro da Fonseca.
Desde já Deodoro posicionava-se como um defensor dos “homens de farda”, passando a se colocar cada vez mais contra o governo. Ao ser apoiado pelo seu superior, Sena Madureira voltava a se manifestar em defesa dos “brios da classe militar”, ao mesmo tempo em que ele era solidário aos oficiais, nas reuniões permitida pelo Deodoro.
Substituído do Comando das Armas do Rio Grande do Sul, crescem as manifestações de apoio a Deodoro, chegando ao Rio Sena Madureira e Deodoro, em 1887, no teatro Recreio Dramático, vai acontecer uma reunião presidida por Deodoro, com a presença de Sena Madureira entre outros oficiais, e com adesão de duzentos oficiais que decidiram dar plenos poderes à Deodoro representá-los junto ao governo.

Novos impasses – A monarquia isolada

Desde 1887 surgiram boatos de doença do imperador, datam daí as primeiras acusações de insânia, caduquice, obscurecimento do espírito feitas a D. Pedro II, a sua ida a Europa para tratar da saúde só fez aumentar os comentários de que o imperador estava por pouco.
O atentado contra D. Pedro II, em julho de 1889, ao deixar o teatro, a ação da policia especialmente a da guarda negra, ex-cativos, diante da manifestação só exaltavam os ânimos.

A conspiração de o 15 de Novembro

Deodoro da Fonseca voltou ao Rio de Janeiro em setembro de 1889, ocasião em que se acontecia novos choques entro o governo e militares. Para com Ouro Preto, este militar tinha pelo menos dois bons motivos de ressentimentos, o primeiro fora a nomeação de Gaspar Silveira Martins, seu grande inimigo. O segundo era que a presidência da província do Mato Grosso era de Cunha Matos com quem havia desentendimentos, e caso tive-se que permanecer no comando da província seria subordinado ao seu novo inimigo.
Considerando o prestigio de Deodoro entro os “homens de farda” e seus descontentamentos agravados, o Capitão Antônio Adolfo Mena Barreto habitualmente procura ganhar-lo para a conspiração. Ao mesmo tempo, movimentavam-se os republicanos na busca de apoio dos militares descontentes.
A liderança de Deodoro no Exército, as mágoas e descontentamentos para com o regime impõem-no como líder do movimento. Conseguir seu apoio era tarefa dos conspiradores, que se deu em uma reunião de 11 de novembro, em sua própria casa. Era preciso conseguir também o apoio de Floriano Peixoto, ajudante-General do Exército e Marechal-de-campo.
Decidiu-se, a 11 de novembro, que o movimento dar-se-ia no dia 20, quando a abertura da Assembléia Geral compareceriam a família imperial, o Ministério, os deputados e senadores. As tropas rebeladas iriam cercar o Senado, prendendo a família imperial e o ministério.
Porem os boatos de que Deodoro seria preso e do remanejamento de batalhões, ao que indica incitados pelo Major Sólon, anteciparam para o dia 15 de novembro.
De sua parte o governo tomava conhecimento das movimentações e recorreram ao ajudante-General Floriano Peixoto. A 13 de novembro declara ele, que apesar dos boatos de que tramam algo por ai era preciso confiar na lealdade dos chefes. Ao mesmo tempo, em encontro com Deodoro, assumia compromissos com os conspiradores.
Na manhã do dia 15 de novembro, Deodoro assumiu o comando das unidades revoltosas e com Benjamim Constant caminhou para o Quartel-General do Exército, onde estava reunido o gabinete. Ouro Preto tomou conhecimento da queda do Ministério juntamente com indicação de novos ministros que seria enviada ao imperador. No dialogo que Deodoro teve com Ouro Preto, preso na ocasião, ele fez duras criticas aos políticos, alegando a ação dos militares na defesa e para o bem da pátria.
Deixando o Quartel-General, Deodoro dirigi-se ao Arsenal da marinha, com as tropas aumentadas por novas adesões. Com o apoio da marinha as tropas voltaram aos quartéis e Deodoro recolheu-se à sua residência devido a seus problemas cardíacos. Oficialmente, a republica foi proclamada na Câmara Municipal, às 3 horas da tarde, graças à ação de Aníbal Falcão, José do Patrocínio e Pardal Malet que procuravam convocar o povo para aquele ato.
Às 19 horas, o cortejo republicano aclamou Deodoro em frente à sua residência.
Havia sido proclamada a REPÚBLICA!!!
Tomando conhecimento dos acontecimentos, D. Pedro deixa Petrópolis e vai para a corte, a noite do dia 15 reuniu-se o Conselho de estado, na madrugada de 16 este obtém de Deodoro a informação de que a República havia sido proclamada. Na tarde deste mesmo dia o Major Sólon Sampaio Ribeiro entrega ao imperador a mensagem de Deodoro.
Não houve reação ao ato da proclamação da república, não provocou, por outro lado, grandes manifestações populares de apoio.






Resumo Baseado no Livro: A Proclamação da República de Jose Enio Casalecchi

Professor Marcos

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